PERGUNTA
Ricardo Cardoso | Quinta do Conde
Pergunta: Gostaria de ter mais informações relativamente ao pé boto, uma vez que foi diagnosticado na ecografia morfológica.
RESPOSTA
O pé boto ou pé zambo é cientificamente denominado de pé equinovaro congénito. Clinicamente constitui uma malformação congénita (significa que está presente no nascimento) caracterizada por uma deformação tridimensional, em que o pé adota uma posição de equinismo, varismo, supinação do retropé e adução de antepé.
A causa primária do pé equinovaro congénito não está totalmente esclarecida. Aponta-se como causa mais provável uma má posição fetal intrauterina.
No que respeita à evolução desta patologia, é importante referir que o pé não tratado pode tornar-se irredutível. As consequências são nefastas, uma vez que o pé se fixa numa posição anormal, prejudicando a mobilidade, o caminhar e provocando alterações dos membros inferiores.
O tratamento corretivo realizado nos primeiros 15 dias de vida é determinante para a recuperação do pé equinovaro congénito, mas é importante manter o rigor do tratamento corretivo até aos quatro anos, para impedir a fixação do pé numa posição patológica. A partir dos 4 anos há necessidade de continuar com o tratamento conservador, que não tem como principal função corrigir a patologia, mas impede a regressão da alteração.
O tratamento deste tipo de pé depende de diversos factores, como o tipo de pé boto que está presente (postural, idiopático, ou neurológico) e a idade do paciente. Também são considerados o grau de redutibilidade e os tratamentos efetuados previamente. O tratamento pode ir desde as manipulações dos pés, até à cirúrgia, passando pelo uso de calçado ortopédico, entre outros. É importante referir que o calçado ortopédico não corrige o pé boto, trata-se de um tratamento conservador que tem como principal função manter a correção obtida previamente com outros tratamentos.