Podologia, Podologistas/Podiatra. Hiperhidrose / Excesso de transpiração – Bromohidrose / Mau cheiro

Relembro uma questão pertinente que me colocou uma utilizadora da linha podológica, há uns anos atrás, que completo com informação atualizada aos dias de hoje!

 

PERGUNTA

Com o tempo quente sinto os pés muito cansados, o que devo fazer para me sentir mais confortável? Também suo muito dos pés?

 

RESPOSTA

O calor e transpiração podem ser combatidos através do uso de sapatos amplos, confortáveis e de materiais naturais como o couro, por exemplo.

É muito importante que alterne diariamente de calçado, para que este areje e seque impedindo a instalação de microorganismos patogénicos, nomeadamente fungos.

Não é necessário ter muitos pares de sapatos, bastam 2 ou 3 para podermos alternar, mas se tem mais, melhor, pois o sapato areja mais se o usar espaçadamente.

Se usa exclusivamente um modelo (como as pessoas que por vezes têm de recorrer a calçado feito à medida ou calçado ortopédico e acabam por ter apenas um modelo que se adapta melhor às suas necessidades), pode optar por ter 2 pares iguais (ou mais) e pode alternar o calçado, mantendo a higiene e o arejamento do calçado adequados.

 

No final do banho deve ter o cuidado de secar muito bem os pés e os espaços entre os dedos, para evitar que a humidade que fica no pé se instale no calçado e mantenha o pé o húmido dentro do sapato, o que provoca a possibilidade de se instalarem fungos e uma sensação muito desconfortável.

O uso de meias de fibras naturais (algodão ou lã) é muito importante. Ao contrário do que se possa pensar, permite a manutenção da secura do pé, uma vez que absorve a humidade da transpiração e desta forma mantem o pé seco e confortável, impedindo também a sensação de queimadura dos pés.

 

O recurso a pós e/ou sprays apropriados que se encontram à venda em farmácias (ou que podem ser aconselhados pelo seu podologista, em fórmulas magistrais), são muitas vezes eficazes para controlar este tipo de situações, pois são desodorizantes e refrescantes e actualmente existem alternativas seguras aos antitranspirantes, uma vez que podemos encontrar desodorizantes e refrescantes sem alumínio e outros apenas com componentes naturais, o que os torna seguros para praticamente toda a população.

 

Já existem aparelhos de esterilização de calçado que também permitem manter a higiene e o calçado livres de fungos, bactérias e vírus e mantém o calçado seco e sem cheiros, (mas lembre-se que não substituem os cuidados anteriormente descritos).

 

Se mesmo assim as alterações persistirem aconselho-a a procurar um podologista.

Hiperhidrose / Excesso de transpiração Bromohidrose / Mau cheiro

PERGUNTA

Transpiro muito dos pés. há algo para transpirarem menos?

 

RESPOSTA

O excesso de transpiração, denominado de hiperidrose, pode e deve ser controlado de forma a evitar maus cheiros, alterações da pele como micoses, maceração; gretas, etc.

Existem compostos à base de pós que se encontram à venda nas farmácias que podem ser aplicados no calçado e/ou nos pés de forma a controlarem a transpiração sem, no entanto, taparem os poros.

No caso de estes não resultarem aconselho-a a procurar um podologista que lhe poderá indicar outro tipo de compostos que normalmente não se encontram prontos para venda, requerem manipulação.

O tratamento deve incluir a mudança diária de calçado para permitir o arejamento do mesmo, bem como o uso de meias de fibras naturais como o algodão.

A lavagem dos pés diária e adequada, por vezes ajudada por sabões ou loções adequadas e a secagem cuidada dos pés, sem esquecer os espaços entre os dedos, contribuem para o controlo da transpiração excessiva e manutenção de níveis baixos de humidade nos pés.

Dor nos pés

PERGUNTA

Quando uma pessoa de 80 anos apresenta um sintoma de ao estar a assentar os pés no chão, ter a sensação desagradável de estar descalço em cima de pedras isso é um problema que pode ser tratado? E a que se deve esta sensação?

 

RESPOSTA

Pela descrição que faz, a dor que refere parece estar associada a insuficiência de tecido adiposo.

Esta patologia agrava-se com a idade, uma vez que está relacionada com a perda da gordura natural da pele e de algumas estruturas a ela inerentes.

Com o passar dos anos é comum que se percam tecidos que servem de almofada natural da pele e o amortecimento do pé fica comprometido, levando a dores e sintomas como os que refere.

A insuficiência de tecido adiposo pode ser minimizada com tratamentos conservadores e paliativos que proporcionam maior conforto e bem estar aos pés.

O uso de suportes plantares (palmilhas), executadas por um podologista, mediante a obtenção de um molde dos seus pés é, normalmente, o tratamento indicado para este tipo de problemas.

Bebés com pés frios!

PERGUNTA

Porque é que, apesar de estar agasalhado, tem os pés e as mãos geladas?

 

RESPOSTA

É típico que quando a mamã nota que os pezinhos estão frios, interprete que o bebé está com frio e corra a calçar-lhe um par de botinhas. E, em caso de dúvida pois talvez esteja com frio, quem sabe mais uma mantinha de lã. Mas é importante saber que todos os recém-nascidos têm as mãos e os pés frios, e inclusive podem chegar a estar azulados.

No entanto, isto não quer dizer que o bebé esteja pouco agasalhado ou que tenha frio, mas sim que as mãos e os pés têm um menor fluxo de sangue (vaso-constrição), e isso faz com que a temperatura seja menor. Quer dizer que se trata de algo normal. Deve, pelo contrário, preocupar-se quando o bebé tem as mãos ou os pés muito quentes, já que poderia estar com febre.

PERGUNTA
Boa tarde!
Sou a Sofia R. e tenho 22 anos, e tomei conhecimento do seu blog ao pesquisar na internet ajuda para resolver um problema que tenho com os meus pés.

Passo a explicar o que me aconteceu: No passado dia 20 de Outubro tive um jantar de curso, como sabia que iria passar muitas horas de pé e a dançar decidi não calçar sapatos de salto alto, mas sim umas sabrinas, de salto raso. Durante a tarde desse dia andei com as tais sabrinas calçadas, para tentar que a frente fosse alargando, visto não as calçar frequentemente.

Passei grande parte da noite de forma confortável, mas chegou a uma altura em que comecei a ficar com os pés muitos inchados, algo que me costuma acontecer quando passo muito tempo em pé, e comecei também a ter dores nos 1ºs dedos de ambos os pés, algo que também me costuma acontecer e sem ser necessário estar tanto tempo com determinado tipo de calçado.

Mas, acontece que quando me descalcei vi que não era o fato de os meus pés estarem inchados, nem estavam muito, a causa das minhas dores, mas sim os dedos grandes de ambos os pés. Estes estavam inchados, e ao tocar nas unhas doía-me imenso. Passada quase uma semana os meus dedos continuam inchados, as unhas com tom escuro, parecendo estar levantadas, e tenho dores, até quando toco nas unhas.

Mas, ontem, dia 25 de Outubro estive a cortar as unhas, cuidadosamente, mas, quando estava na unha do 1º dedo do pé direito, o corta-unhas espetou um pouco na pele e saiu líquido (de tom avermelhado e transparente), parecia que tinha rebentado uma bolha de água. Depois, experimentei a espetar, com uma agulha, com cuidado, a pele por baixo das unhas de ambos os pés e foi saindo sempre líquido. Começou a deixar de sair. Esta manhã voltei a fazer o mesmo procedimento, tornou a sair líquido, fui espetando e apertando as unhas até deixar de sair….Mas sinto e vejo que há mais por baixo das unhas. Estas ainda mantêm um tom escuro.

Peço desculpa por mandar um e-mail tão longo, mas preciso saber o que devo fazer, que medicamentos devo aplicar.

Sem mais assunto de momento, desde já agradeço a atenção.

 

RESPOSTA

Cara Sofia,

os sapatos ou sabrinas que utilizou realmente foram os causadores deste problema. Habitualmente este calçado apesar de largo, tem uma biqueira baixa o que pressiona muito a ponta dos dedos.

O líquido ensanguentado que descreve é processo inflamatório com sangue provocado por microtraumatismos de repetição causados pelo sapato. Levaram ao rompimento de capilares ou pequenos vasos por baixo das unhas e consequentemente provocaram um hematoma subungueal.

Nestes casos o melhor que se faz é drenar o conteúdo inflamatório e hemático, para retirar a pressão e aliviar a dor.

Numa primeira fase e durante alguns dias, deve-se aplicar um antisséptico à base de iodo ou clohexidina para quem é intolerante ao iodo. e pode-se aplicar uma pomada antibiótica para prevenir infeções bacterianas.

Após a cicatrização deve-se iniciar um tratamento antifúngico preventivo, pois é muito frequente a instalação de uma infeção fúngica após um traumatismo ungueal.
Para isso deve recorrer a um podologista para realizar uma limpeza adequada da unha e aplicar um antifúngico adequado ao seu problema.

Podologia em Portugal vs Convenção de Bolonha

PERGUNTA

De Ana Costa

Não concordei com a afirmação acima de que a Podologia está ao nível da Medicina Dentária. Além de se tratar de áreas completamente distintas, também existem diferenças entre os cursos. a licenciatura pré-bolonha do curso de medicina dentária é composta de 6 anos (vs. 4 de podologia) e os licenciados após inscrição na Ordem dos Médicos Dentistas estão habilitados ao exercício autónomo das suas atividades, que incluem diagnóstico e prescrição medicamentosa, exclusiva dos médicos (e não dos podologistas). Espero que este ponto fique esclarecido.

 

RESPOSTA

Cara Ana,

Permita-me corrigi-la, na medida em que a licenciatura em Medicina Dentária com a convenção de Bolonha é composta por 6 semestres (3 anos de formação) equivalentes a 180 créditos. Contudo a sua graduação final é de licenciatura com mestrado integrado, imposto pela ordem dos médicos dentistas. O mestrado equivale a 120 créditos, o que totaliza 300 créditos para o grau de mestrado em medicina dentária.

Tal como pode comprovar pelo despacho do Diário da República publicado em Junho 2007, abaixo transcrito:

‘Por despacho do Senhor Director-Geral do Ensino Superior de 12 de Junho de 2007, foi registada a adequação ao Processo de Bolonha como Ciclo de Estudos Integrado conducente ao grau de Mestre em Medicina Dentária, com a duração de 10 semestres e a atribuição de 300 ECTS, sendo conferido o grau de licenciado em Ciências Dentárias após 6 semestres e aprovação em 180 ECTS – Registo n.º R/B – AD – 983/2007 publicado na 2ª série do Diário da República n.º 160 de 21 de Agosto’.

A licenciatura em Podologia com a convenção de Bolonha apresenta exactamente a mesma graduação licenciatura e mestrado.

Tal como pode comprovar pelo despacho do Diário da República publicado em Maio de 2009, abaixo transcrito:

‘A partir do ano lectivo 2009-2010, a Licenciatura em Podologia passa a funcionar já adaptada de acordo com Bolonha, com a duração de 3 anos lectivos (6 semestres) num total de 180 ECTS, conforme o Registo – R/B – AD – 5/2009.’

http://www.cespu.pt/pt-PT/ensino/ensino_politecnico/escola_saude_vale_ave/cursos/podologia/

O número de créditos é exactamente igual também para os mestrados 120 ECTS. O que totaliza 300 créditos para o grau de mestrado em Podiatria.

É possível comprová-lo através dos despachos do Diário da República publicados em Junho de 2009:

http://www.cespu.pt/pt-PT/ensino/ensino_politecnico/escola_saude_vale_do_sousa/mestrados/podiatria_infantil/

http://www.cespu.pt/_pdf/ensino/diarios_republica/vs_plano_estudos_podiatria_efd.pdf

http://www.cespu.pt/_pdf/ensino/diarios_republica/va_plano_estudos_podiatria_cli.pdf

http://www.cespu.pt/_pdf/ensino/diarios_republica/va_plano_estudos_podiatria_geri.pdf

 

A grande diferença da Podologia para a medicina Dentária é que a Podologia ainda não tem definidas as suas competências profissionais e a implementação dos mestrados em Podiatria em Portugal é muito recente, pelo que entre outros, a Associação Portuguesa de Podologia ainda não pode ser ordem e ainda não tem competência para estabelecer o grau de mestrado como obrigatório e por isso integrado para o exercício da profissão. Por este motivo existem Podologistas (licenciados) e Podiatras (mestrados) a exercer actividade.

O que acontece neste momento com a Podologia em Portugal já aconteceu com outras áreas da medicina no passado, nomeadamente a medicina dentária, que até aos anos 80 não tinha autonomia na prescrição clínica e só viu reconhecido esse direito após anos de exercício da profissão no nosso país. Sem que ninguém duvidasse da capacidade ou competência destes profissionais.

Quanto à questão do exercício autónomo da profissão, o Podologista é responsável pelo estudo, prevenção, DIAGNÓSTICO e TRATAMENTO do pé e das suas repercussões no Organismo Humano, o que lhe confere total autonomia no exercício da sua profissão.

A título complementar e de esclarecimento; em Portugal distinguem-se três graus de actividade profissional na área da Podologia:

Podólogo – Equivale ao grau de Bacharel (actualmente em desuso)

Podologista – Equivale ao grau de Licenciado

Podiatra – Equivale ao grau de Mestrado

As três designações são muito semelhantes mas em terminologia da saúde têm significado diferente (‘Ologo’ diz respeito aquele que estuda; ‘Ista’ diz respeito à ciência e ‘Iatra’ significa médico), apenas foram adoptadas de forma distinta para definir os diferentes graus de habilitações académicas.

Contudo o mais importante e que gostava que ficasse bem esclarecido é que neste momento em Portugal o Curso Superior em Podologia está muito bem implementado com um grau de exigência e unidades curriculares semelhantes ao da medicina dentária e a qualquer outro curso superior de saúde.

E tal como aconteceu com a medicina dentária no futuro não haverá dúvidas quanto à qualidade ou necessidade destes profissionais. Apesar disso hoje já é uma certeza pela quantidade de pessoas que sofrem dos pés e não recebem o tratamento adequado por não serem encaminhadas para uma consulta de Podologia. Ou, em oposição, pela quantidade de pacientes que recorrem aos serviços da Podologia.

Esta realidade só pode ser encarada como o colmatar de uma lacuna (pois esta especialidade não existia em Portugal até 1994) e uma mais-valia para a nossa população e para a saúde pública em geral.

À semelhança do que acontecia no passado com a saúde da boca; todos sabemos que no tempo dos nossos antepassados eram os barbeiros, ourives e até ferreiros os responsáveis por (des)tratar as bocas e hoje em dia é impensável não recorrermos ao dentista quando temos um problema ou simplesmente para uma manutenção/higiene ou check up dentário.

Através deste ponto de vista é possível apercebermo-nos que a saúde do pé é tão importante quanto a saúde da boca e em última análise perder um dente ou todos os dentes não assume a mesma limitação e prejuízo na qualidade de vida de um paciente e na sociedade em geral, com todos os danos físicos, psicológicos, sociais e encargos socioeconómicos que podem decorrer da perda de um membro como o pé ou outra parte do membro inferior.

Daí a Podologia ser já uma realidade bem concreta, reconhecida e integrada em muitos hospitais e serviços de saúde privados e públicos especializados, como a Associação Portuguesa de Diabetes ou o Instituto Português de Reumatologia. Assumindo uma enorme importância e tornando-se indispensável no tratamento do pé de risco, nomeadamente na especialidade de pé diabético e assume um papel preponderante e determinante na diminuição do número de doentes amputados.

Estatisticamente pode reduzir-se em cerca de 1/3 das amputações do membro inferior com a integração de um podologista/podiatra nas equipas multidisciplinares de tratamento do pé de risco, nomeadamente do pé diabético.

O mesmo não se passa com a medicina dentária que foi abolida dos serviços públicos de saúde, o que poderia ser encarado como um ‘retrocesso’ podendo até pôr em causa a qualidade clínica do recém graduado por falta de prática clínica ao não estar incluído um estágio hospitalar integrado e obrigatório.

Tal como comprova o relatório do processo de medicina dentária da implementação da convenção de Bolonha em Portugal da autoria do Sr. Prof. Doutor Manuel Fontes de Carvalho:

‘(…) Recorde-se que a Medicina Dentária é, em Portugal, uma profissão de cunho estritamente liberal, que não tem acesso a hospitais ou centros de

saúde, locais onde os Médicos Dentistas poderiam desenvolver a sua acção,

durante os primeiros anos, em paralelo com colegas mais velhos.

Por esta razão entendemos ser necessário, sob pena de se assistir a uma grave diminuição de qualidade na prestação dos cuidados de saúde oral à população, a inclusão de um ano pós-titulação que designaremos por Ano de Especialização Clínica Avançada.

Significa isto que propomos para a Área de Medicina Dentária um curso de cinco anos (300 ECTS) de duração curricular, cujo título a atribuir será Mestre, acrescido de um ano de especialização clínica.

Obviamente que este ano de especialização clínica será desenvolvido nas Faculdades, não em regime obrigatório, mas desejável. (…)’

 

Concluo com uma ligeira reflexão, pois não é correto criticar de forma tão negativa, como tenho assistido por vezes, ao que não conhecemos por ser recente no nosso país e muito menos tentar desprestigiar o conhecimento e trabalho de quem é realmente merecedor de respeito e reconhecimento pelo conhecimento que adquiriu e adquire todos os dias através de experiência clínica, vivência, partilha de conhecimentos, formação continuada e acima de tudo estudo de uma especialidade mundialmente reconhecida com centenas de anos de âmbito clínico, médico, hospitalar.

Onicomicose na Gravidez

PERGUNTA

Boa tarde, tenho uma questão acerca onicomicoses, que pelo descrito parece ser o tenho na unha do pé há cerca de 2 ou 3 semanas. A minha questão é, estando eu grávida suponho que não possa fazer tratamento. será que o fungo pode piorar pora falta de tratamento e/ou alastrar para outras unhas? E será que há algum tratamento alternativo que possa aplicar?
Agradeço a sua ajuda!

Sandra Santos
Ericeira

 

RESPOSTA

Cara Sandra,

O tratamento das onicomicoses, passa pela aplicação de um medicamento antifúngico ou antimicótico e também pela limpeza das unhas em consultório de Podologia.

O procedimento clínico de limpeza é tão importante quanto a aplicação do medicamento, uma vez que retira grande parte da unha afetada, facilitando o seu crescimento saudável mais rapidamente. É um procedimento semelhante a retirar uma cárie de um dente, só após a limpeza do dente é possível tratá-lo convenientemente.

Este procedimento clínico de limpeza pode e deve ser feito em grávidas não tem qualquer problema ou risco para a saúde da mãe ou do bebé. E impede que a micose continue a alastrar e a desenvolver-se.

Quanto ao tratamento medicamentoso, os antifúngicos que contêm químicos na sua composição não podem ser utilizados durante a gravidez e o período de amamentação. Contudo hoje em dia já existem produtos completamente naturais provenientes de plantas que também são eficazes no combate aos fungos e podem ser utilizados de forma segura pelas grávidas.

Pelo que pode perceber esperar para tratar a sua onicomicose é um erro, pois vai permitir que o fungo alastre e contamine cada vez mais as suas unhas.

Marcha em Intraversão/Anteversão Femural

PERGUNTA

Boa tarde,

Tenho uma filha com 5 anos que coloca os pés principalmente o direito virado para dentro Comecei a reparei nisso aos 3 anos e consultei um ortopedista que me disse não ter solução, aos 4 anos voltei a consultar outro que me disse o mesmo.

Agora o pediatra diz-me para tentar um podologista.

Talvez houve-se uma palmilha. Pode-me ajudar?

Grata pela atenção dispensada.

Cumprimentos Elisa Ramos

Fânzeres – Gondomar

 

RESPOSTA

Cara Elisa,

A sua filha parece ter uma adução dos pés (marcha em intraversão) que pode estar associada a uma alteração biomecânica do membro inferior (possivelmente uma anteversão femural). Esta alteração tem Tratamento Ortopodológico aconselhado (palmilha) e deve ser efetuada por um Podologista.

 

Neste momento é importante realizar uma avaliação biomecânica completa de modo a identificar a causa do problema e realizar o correto diagnóstico e tratamento dos pés.

 

Sem dúvida que o Podologista é o profissional de saúde mais adequado a este tipo de problema, pelo que o Pediatra da sua filha tem toda a razão em recomendar que procure um Podologista ou Podiatra.

Hiperhidrose (excesso de transpiração) / Bromohidrose (mau cheiro)

PERGUNTA

Maria João Silva | Valbom – Gondomar
Já há muito que não uso calçado sintético, pois transpiro excessivamente dos pés. Mesmo que use sandálias/chinelos em pele natural continuo a transpirar imenso.
Já usei sei lá quantas marcas de produtos anti-transpirantes, pós desodorizantes, cremes hidratantes, produtos esfoliantes, pó de talco, etc… e nada resulta. Não sei o que é sentir os pés confortáveis e secos!
O pior é que se aproxima o Inverno e terei que usar sapatos fechados e, nesta altura, ainda terei que ter cuidados mais do que redobrados, pois, às vezes, fico com mau cheiro!!!
No Inverno, deixei de usar “collants” e passei a usar meias de algodão, mas chego a ficar com os pés frios, pois as meias ficam completamente molhadas de suor.
Agradecia a vossa ajuda e conselhos!

 

RESPOSTA

Cara Maria João,

A hiperhidrose (excesso de transpiração), na maioria das vezes, resulta de uma alteração do sistema nervoso simpático. A este nível pode e deve consultar um neurologista para uma solução definitiva que pode passar por uma pequena cirurgia.

Contudo existem tratamentos tópicos que podem atenuar muito a hiperhidrose e a bromohidrose (mau cheiro).

O uso de compostos manipulados recomendados pelo seu podologista ajudam a diminuir de forma significativa a transpiração e evitam os maus odores. Estes compostos são, normalmente ajustados ao tipo de pele e podem estar associados a antifungicos, uma vez que a bromohidrose está muitas vezes relacionada com a presença de fungos na pele.

Calos/Calosidades

PERGUNTA

ALDINA ISABEL CUNHA PEREIRA | SENHORA DA HORA
ganho uma pele muita dura debaixo do pé perto dos dedos, quer ande de sapatos rasos como de saltos e todos os dias ponho creme, quando vou arranjar os pés dizem que é de ter uma pele muita fina e sensível. É verdade? não haverá nada para remediar o mau estar? Obrigada

 

RESPOSTA
A pele dura que ganha na planta dos pés é queratina em excesso e denomina-se Hiperqueratose.
O processo de formação desta hiperqueratose pode ocorrer por pressão ou fricção anormais e trata-se de um mecanismo natural de defesa da própria pele em resposta a estas situações.
É frequente aparecerem na zona que descreve (perto dos dedos). Trata-se da zona metatarsal, onde estão situadas as cabeças metatársicas e corresponde a uma zona de pressão ou apoio do pé.
Alerto-a para o facto de que a remoção continuada da calosidade sem o devido tratamento e o uso de limas, lixas ou pedra-pomes, bem como os saltos altos, nada contribuem para a resolução do problema uma vez que induzem estimulos nocivos na pele, levando ao seu engrossamento como forma de protecção e defesa dessas agressões.
É possível tratar esta alteração através de um tratamento adequado, pelo que aconselho uma consulta com um podologista.

Pé Boto

PERGUNTA

Ricardo Cardoso | Quinta do Conde

Pergunta: Gostaria de ter mais informações relativamente ao pé boto, uma vez que foi diagnosticado na ecografia morfológica.

 

RESPOSTA

O pé boto ou pé zambo é cientificamente denominado de pé equinovaro congénito. Clinicamente constitui uma malformação congénita (significa que está presente no nascimento) caracterizada por uma deformação tridimensional, em que o pé adota uma posição de equinismo, varismo, supinação do retropé e adução de antepé.

A causa primária do pé equinovaro congénito não está totalmente esclarecida.  Aponta-se como causa mais provável uma má posição fetal intrauterina.

No que respeita à evolução desta patologia, é importante referir que o pé não tratado pode tornar-se irredutível. As consequências são nefastas, uma vez que o pé se fixa numa posição anormal, prejudicando a mobilidade, o caminhar e provocando alterações dos membros inferiores.

O tratamento corretivo realizado nos primeiros 15 dias de vida é determinante para a recuperação do pé equinovaro congénito, mas é importante manter o rigor do tratamento corretivo até aos quatro anos, para impedir a fixação do pé numa posição patológica. A partir dos 4 anos há necessidade de continuar com o tratamento conservador, que não tem como principal função corrigir a patologia, mas impede a regressão da alteração.

O tratamento deste tipo de pé depende de diversos factores, como o tipo de pé boto que está presente (postural, idiopático, ou neurológico) e a idade do paciente. Também são considerados o grau de redutibilidade e os tratamentos efetuados previamente. O tratamento pode ir desde as manipulações dos pés, até à cirúrgia, passando pelo uso de calçado ortopédico, entre outros. É importante referir que o calçado ortopédico não corrige o pé boto, trata-se de um tratamento conservador que tem como principal função manter a correção obtida previamente com outros tratamentos.

Calosidades / Pele Seca

PERGUNTA

Joana Ramos | Trofa

Como cuidar dos calcanhares para não ficarem com a pele dura e feia.

 

RESPOSTA

A pele dura que ganha nos calcanhares é queratina em excesso e denomina-se Hiperqueratose.

O processo de formação desta hiperqueratose pode ocorrer por pressão ou fricção anormais e trata-se de um mecanismo natural de defesa da própria pele em resposta a estas situações.

É frequente aparecer nos calcanhares por ser uma zona de pressão ou apoio do pé. Estas calosidades podem ser consequência de uma alteração na estrutura do seu pé pelo que a aconselho a realizar uma consulta de podologia.

Alerto-a para o facto de que a remoção continuada da calosidade sem o devido tratamento e o uso de limas, lixas ou pedra-pomes, nada contribuem para a resolução do problema uma vez que induzem estímulos nocivos na pele, levando ao seu engrossamento como forma de proteção e defesa dessas agressões.

Uma boa forma de recuperar a hidratação da pele é usar diariamente um creme emoliente/queratolítico à base de compostos como a ureia. No entanto é necessário ajustar a percentagem de ureia em função do estado de desidratação/secura da pele, de forma a não agredi-la. Desta forma aconselho-a a informar-se com um podologista.

Neuroma de Morton

PERGUNTA

Lena Dias | Lisboa

Aproveito esta oportunidade para colocar a seguinte questão: Ultimamente comecei a sentir uma dor muito fina nos dois dedos do pé direito, que estão a seguir ao dedo mindinho, dor essa que se espalha quase até ao tornozelo, e fica insuportável, impossibilitando-me de andar, tenho que me sentar e aliviar o pé do chão e só passado uns 10 m é que posso andar mais um pouco.

Fiz recentemente alguns tac`s a toda a coluna, e acusa muitos problemas, mas o meu médico ortopedista, não me dá uma explicação para este problema do pé que é o que mais me atormenta.

Fiz recentemente fisioterapia, e aos pés ligavam-me um aparelho que dava pequenos choques. Mas tudo voltou ao mesmo, e não senti melhoras.

Tenho o pé chato, e não corrigi, uso ultimamente sapatos ortopédicos, mas nada resolve.

O que poderá originar esta dor? Será problema da coluna?

Sei que em França todos os problemas com os pés são encaminhados para esta especialidade, mas pensei que não existia no nosso país.

Agradeço a V/ atenção para um possível esclarecimento, sobre este problema que tanto me impossibilita de fazer a minha vida normal.  Talvez interesse a minha idade, tenho 59 anos.

Com os melhores cumprimentos.

 

 

RESPOSTA

Os sintomas que descreve são típicos de uma patologia denominada “Neuroma de Morton”.

Trata-se de uma compressão da anastomose do nervo plantar interno e externo que se localiza no 3º espaço intermetatársico, compreendido entre a 3ª e 4ª cabeças metatársicas.

O Neuroma de Morton caracteriza-se pelo aparecimento brusco de uma dor viva, tipo sensação de queimadura ou descarga elétrica que ascende à perna, a intensidade desta dor impede o caminhar e em alguns casos origina crises noturnas.

O desejo de tirar o sapato e massajar o pé é um clássico indício de neuroma.

Existem alterações estruturais como é o caso do Pé Plano, vulgarmente denominado de “Pé Chato” que são a causa desta patologia.

É essencial uma avaliação clínica para confirmação do diagnóstico e realização do tratamento adequado, pelo que recomendo que procure um Podologista.

Neste momento o melhor caminho é realizar um exame físico e biomecânico do pé, afim de identificar a alteração estrutural que está na origem do “joanete” e das dores que sente.

Procure um podologista para que possa avaliar e tratar a alteração.